Mais do que um ato simbólico, as campanhas de conscientização sobre temas relacionados à saúde informam e ajudam milhares de pessoas. Os meses “outubro rosa” e “novembro azul” são os mais conhecidos, onde o foco maior é a divulgação do câncer de mama e do câncer de próstata. As cores são uma forma de representação, ou seja, cada cor simboliza um mês.

O mês de janeiro traz duas campanhas: Janeiro Branco com foco na saúde mental e Janeiro Roxo alertando sobre a hanseníase.

A campanha janeiro branco foi idealizada para o primeiro mês do ano, aproveitando esse momento de reflexão e de planejamento atrelado à simbologia de recomeço.

 Por que janeiro branco?

Em termos simbólicos e culturais, as pessoas estão mais propensas a pensarem em suas vidas, suas relações sociais, suas emoções e em seus sentidos existenciais. Como em uma “folha ou em uma tela em branco”, desenvolvemos a sensação de mudar hábitos, criar metas e refletir sobre a vida.

Por que atentar nos cuidados com a saúde mental?

No contexto da pandemia, é recorrente o aumento de sofrimento psíquico na população, principalmente em quem já tinha fatores preexistentes. Devido ao período de distanciamento social, quarentena, perda de renda pela impossibilidade de trabalhar e alterações significativas na rotina, gerou-se um forte impacto na vida das pessoas.

No universo corporativo, questões emocionais afetam diretamente a produtividade dos trabalhadores sendo a causa recorrente de afastamento. Além disso, doenças ligadas à mente têm se configurado na lista das que levam ao requerimento de auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, nos casos mais extremos.

A maioria das desordens mentais estão ligadas à carga da depressão, estresse e ansiedade. De acordo com estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo (9,3%) e o segundo maior das Américas em depressão (5,8%). A saúde mental representa mais de 1/3 da incapacidade total no mundo, com transtornos depressivos e ansiosos.

Como contribuir para a promoção da saúde mental da família e dos amigos?

A promoção da saúde mental passa pela compreensão da estabilidade emocional e até física. O equilíbrio das funções do organismo humano está associado à perspectiva biológica e psicológica. Por isso, a adoção de hábitos saudáveis afeta tanto o bem-estar do corpo quanto o da mente. Algumas práticas podem contribuir para melhorar a qualidade de vida e promover a saúde mental:

  • Retomar estratégias e ferramentas de cuidado que tenha usado em momentos de crise ou sofrimento e ações que trouxeram sensação de maior estabilidade emocional;
  • Investir em exercícios e ações que auxiliem na redução do nível de estresse agudo (meditação, leitura, exercícios de respiração, habilidades manuais);
  • Investir e estimular ações compartilhadas de cuidado, evocando a sensação de pertencimento social (como as ações solidárias e de cuidado familiar e comunitário);
  • Manter ativa a rede socioafetiva, estabelecendo contato, mesmo que virtual, com familiares, amigos e colegas;
  • Evitar o uso do cigarro, álcool ou outras drogas para lidar com as emoções;
  • Buscar um profissional de saúde quando as estratégias utilizadas não estiverem sendo suficientes para sua estabilização emocional.

A busca especializada para tratamento da saúde mental, deve deixar de ser um tabu. No SUS a porta de entrada para o atendimento é pela Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. O acolhimento também é realizado nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e Centros de Convivência e Cooperativa (Ceccos).

Janeiro Roxo

Janeiro é o mês que se inicia 365 oportunidades, e uma delas se encontra voltada a conscientização sobre a hanseníase, doença que coloca o Brasil em segundo lugar em número de casos no mundo. Em 2016, o Ministério da Saúde oficializou o mês de janeiro e consolidou a cor roxa para campanhas educativas.

A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença causada por uma bactéria chamada icobacterium leprae (M.leprae). Sua transmissão ocorre por gotículas que ficam suspensas no ar quando a pessoa infectada tosse, fala ou espirra, também é comum ocorrer o contágio por meio do contato direto.

Os sintomas da doença afetam diretamente os nervos periféricos lentamente, por isso é preciso atenção a si mesmo para notar as alterações desde o início. Pode levar anos para os sintomas se tornarem evidentes, abaixo a lista dos mais comuns:

  • Manchas em qualquer parte do corpo (avermelhadas, esbranquiçadas ou amarronzadas), com perda ou alteração de sensibilidade ao calor;
  • Dor ou tato (se queima ou machuca sem perceber);
  • Câimbras ou dormência nos braços e pernas;
  • Diminuição da força muscular, dificuldade para pegar objetos;
  • Áreas da pele muito ressecadas, que não suam, com queda de pelos, (especialmente nas sobrancelhas);
  • Caroços pelo corpo;
  • Coceira ou irritação nos olhos;
  • Entupimento, sangramento ou ferida no nariz.

A campanha janeiro roxo reforça também a luta contra o preconceito, já que a hanseníase tem cura, pessoas em tratamento não a transmitem e não há necessidade de isolamento após o diagnóstico.

Gostou? Se você leu até aqui, tire um momento da sua rotina para refletir sobre sua saúde e observe pequenas conquistas no seu dia a dia.

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